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"Venda de Reserva Estratégica de Urânio no Amazonas a Empresa Chinesa Gera Polêmica no Brasil"

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A maior reserva de urânio do Brasil, localizada na região da hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo (AM), foi vendida à China Nonferrous Trade (CNT), uma subsidiária estatal chinesa, por US$ 340 milhões (cerca de R$ 2 bilhões). A negociação, confirmada nesta quinta-feira (28) pelo jornal O Globo, envolveu a transferência de 100% das ações da mineradora Taboca, até então proprietária da área.

A reserva é considerada uma das mais promissoras do país, não apenas pelo urânio, mas também por outros minerais estratégicos, como nióbio, tório, estanho e tântalo. Esses recursos são essenciais para a indústria de alta tecnologia, abrangendo desde a produção de energia nuclear até componentes eletrônicos de ponta.

Repercussão Nacional

A venda rapidamente desencadeou reações no Congresso Nacional, com críticas sobre a transferência de uma área estratégica para o controle estrangeiro. Deputados e senadores argumentam que o Brasil está entregando recursos cruciais para sua soberania energética e industrial. “Trata-se de uma questão de segurança nacional. Precisamos reavaliar urgentemente essas vendas de ativos estratégicos”, afirmou um parlamentar da oposição.

Por outro lado, defensores do negócio apontam que a negociação pode impulsionar investimentos na exploração sustentável e na infraestrutura local. No entanto, especialistas alertam que o controle sobre minerais estratégicos está se tornando um tema cada vez mais sensível no cenário geopolítico global.

Potencial da Reserva

Além do urânio, que é fundamental para a produção de energia nuclear, a reserva possui depósitos de outros minerais raros e de alto valor no mercado internacional. Esses recursos poderiam posicionar o Brasil como um player estratégico na cadeia de suprimentos global, especialmente em setores como a tecnologia verde, onde materiais como tântalo e nióbio são indispensáveis.

A transação também levanta questões sobre a política brasileira de mineração e a capacidade do país de proteger seus ativos naturais. A reserva de Balbina agora se junta a uma série de ativos nacionais que passaram para o controle de empresas estrangeiras, reacendendo o debate sobre soberania e desenvolvimento sustentável.

Próximos Passos

Diante da repercussão, parlamentares prometem abrir discussões sobre a revisão da legislação para evitar que reservas estratégicas sejam vendidas sem maior debate público. Por outro lado, a China Nonferrous Trade anunciou que pretende iniciar projetos na região em breve, prometendo gerar empregos e fomentar a economia local.

A venda, no entanto, reforça o alerta sobre a necessidade de uma política clara para o manejo de recursos naturais que considere tanto o desenvolvimento econômico quanto a proteção da soberania nacional.

Fonte:o GLOBO